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20111010

Dia-adia

Não há nada...
que eu possa dizer de novo,
Há um não que reside,
numa possa empoeirada de memórias
razas
d’uma ávida vida passada,
que não virá
geme uma gema nua
e nada em gotas claras
um velho ovo
de palavras trincadas

ah! uma ida sem vinda
sendo repetida
rezas
numa por(a)ção de comida




Antes de Vir-a-Ser,
lá na casca d’um mundo fechado
trincado pelo sonho
espiava pela fenda,
que insistia em ferir os fracos olhos.
Depois...
como continuar a contar imagens
a olhos vazados pelo vislumbramento na fissura na casca do mundo?
Em que momento se chega a pergunta anterior,
Que gestou a finda,
que fissurada ficou num momento raso de esquecimento...
O continuar, raro fica quando chegar não se quer..
É vazio o querer quando o momento não É
Anterior a pergunta, o nada
Que sufoca o momento cego da não pergunta
sem palavra



Se o AGORA,
                                                          (d)esses olhos que lêem,
fosse um sonho
o quê restaria da realidade?

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