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20111010


Passarinhos 

Somos dois passarinhos cantarolando o sim
Enrolando os sonhos em rocamboles
Doces aventuras, amargas desventuras
Cheirando a tinta nova da estrada
Estado de viajem, sem linhagem de tempo
Conspirando o ar profundo de viver
Perturbando a consciência linda de amar
Ser flor, ser beija-flor em uma manhã de sol constante
Revitalizar o antecedente dos verbos que se conjugam
Ajudar a quem amar ver ao que sentir
Ser o que é estar, completando o ciclo
E à natureza retornar, como primitivos da eternidade

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Junção

Corta aqui, ali, embaixo, um pouco do lado
Junta ali partiu aqui, dobra depois do dobrado
Com um roteiro a seguir, costuro, corto, emendo
Poetiza a vida, depois se parte
Parte em palavras supridas de ternura
Na bela neblina da serra me escondo para encontrar você
Ao ver que não consigo, bato no peito e estanco o ser
Paralisado em meio a branca neblina
Pousa um pedaço de flor
Pétala vermelha do amor que se desfaz 
No vento, junção da eternidade

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Gentileza


Sufocando palavras em partes brancas
Diz-se o que se diz
Certo dia o poetizar se constitui de dor
Na doce amargura de sentir a dor do desapego
Das coisas simples, gentileza.
Pegue uma pétala de flor, aperte em mim.
Voe através das linhas que compõe a flor
Ao ver o sentir, ao sentir se perder
Ao encontrar, revitalizar a coerência
Gentileza é beleza composta de amor

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